1 Casa de Guarda
2 Torre do Relógio
3 Porta da Vila
4 Arco-sólios Tumulares
5 Convento da Saudação
6 Igreja de Santiago
7 Torre da Má-Hora
8 Igreja de S. João Baptista do Castelo
9 Paço dos Alcaides ou Paço Real
10 Ruínas da Antiga Cadeia
11 Matadouro Mourisco
12 Torre e Porta do Anjo ou do Bispo
13 Ruínas da Igreja de Santa Maria
A história do Castelo de Montemor-o-Novo começa com a ocupação deste espaço pelos romanos e também na época muçulmana, onde já existia um castelo edificado, factos que se vieram a comprovar mais tarde com intervenções arqueológicas, onde foram descobertos diversos vestígios.
A partir do século XIII, começam a ser construídas as muralhas e é a partir das mesmas que surge o castelo.
Por iniciativa de D. Dinis, com a colaboração da Coroa, dos Fidalgos e do Povo são realizadas grandes obras neste local, no ano de 1365.
Ao longo do século seguinte, século XV, o castelo sofre constantes remodelações, sendo continuamente adoptado à estratégia militar. Felizmente nunca foram necessárias em caso de guerras que reclamassem a sua utilização na defesa da população e seus valores. Montemor-o-Novo foi sempre terra amante de justiça e paz. Estas obras estiveram a cargo do Mestre de pedraria Afonso Mendes de Oliveira.
A época do apogeu de Montemor-o-Novo foram os séculos XV e XVI, em que à prosperidade trazida pelo comércio se aliava o facto de a corte permanecer por largos períodos em Évora, o que tornava a vila palco frequente de acontecimentos políticos de relevo, com a realização de cortes e a permanência do rei no Paço dos Alcaides.
Palácio dos Alcaides e Igreja de S. João Baptista</i>
Forais dos reis D. Sancho I (1203) e de D. Manuel (1503).
Em Montemor, em 1496, tomou D. Manuel I a decisão histórica de mandar descobrir o caminho marítimo para a Índia, durante os conselhos gerais que se realizaram na cidade.
No numeramento mandado realizar em 1527 por D. João III, o primeiro recenseamento à população feito em Portugal, contava 899 fogos, ficando em sexto lugar entre terras do Alentejo. D. Sebastião deu-lhe, em 1563, o título de Vila Notável, atendendo a que era "lugar antigo e de grande povoação" cercada e enobrecida de igrejas, templos, mosteiros e de muitos outros edifícios e casas nobres".
Pertencem a essa época algumas das mais importantes obras de arquitectura existentes na cidade, como a Misericórdia, os Conventos da Saudação, de S. Francisco e de St.º António, a Ermida de Nª Sr.ª da Visitação, o Hospital Velho e o portal da igreja de St.ª Maria do Bispo.
Teve um importante papel no combate à ocupação castelhana (1580 - 1640). No ano de 1642 é dada uma ordem régia para reedificação das muralhas.
Durante o terramoto de 1755, o espaço já se encontra quase como que abandonado.
Durante o século XVIII, dão-se várias obras de recuperação do espaço.
No plano histórico alguns acontecimentos sobressaem do pacato quotidiano da população. Entre eles destacam-se: a resistência à primeira invasão francesa, (início do séc. XIX) comandada por Junot, em 1808, junto á ponte de Lisboa; o estacionamento em 1834, do estado-maior do exército liberal chefiado por Saldanha, durante as lutas civis entre liberais e miguelistas; a visita de D. Maria II e D. Fernando II em 1843.
Em 1929, há registos da reparação de uma das torres. Durante o resto do século este castelo sofreu algumas perdas, tanto a nível das paredes do próprio edifício, como também das muralhas circundantes.
Torre do Relógio
A torre do Relógio voltada para a cidade actual mede vinte metros de altura, sem incluir o campanil, onde, ao longo dos séculos, serviram os montemorenses enquanto viveram, três honrados sinos, nas horas alegres e tristes, a todos convidando.
Foram eles: O Sino das Horas (1605); O Sino dos Quartos (1784); O Sino do Rebate (1777). Todos eles fabricados em bronze fundido, acabaram vítimas do seu trabalho.
Teria sido por colocação incorrecta do respectivo badalo? É essa a causa normal de os sinos racharem (se o badalo não bate na saliência interior mais elevada do respectivo sino). E continuamos à espera dos novos sinos?
O Sino das Horas, exemplar filipino de extraordinário volume e peso «era a peça mais arcaica do seu tipo no Concelho», segundo Túlio Espanca, no Inventário Artístico de Portugal.
Todos estes sinos estavam ultimamente fendidos. A Câmara Municipal (!) no princípio de Dezembro de 1966, teve de os partir para os enviar a uma fundição, mas perdeu-se o valor dessas preciosidades artísticas.
A Porta defendida por esta torre será provavelmente de origem romana, segundo alguns.
Entre esta porta e a torre do anjo, havia uma rua na qual estava o Paço Episcopal, construído logo após a Reconquista, onde os Arcebispos de Évora costumavam hospedar-se. Por isso o costume de chamarem a esta porta a Porta do Bispo e outros ainda a Porta da Vila. Junto à Muralha que vai desta torre à Torre de Santiago encontram-se alguns sarcófagos vazios. Era esta a porta principal e mais importante.
Torre e Porta de São Tiago
Também chamada do Sol, de Évora e popularmente, desde recuada época, da Má Hora, de Menagem e do Solar, situa-se na retaguarda da extinta Igreja Paroquial de Santiago, a nascente do Castelo.
Poderosa e altaneira, foi restaurada pêlos Monumentos Nacionais na década de 1950, juntamente com o troço da Muralha que a liga à Porta e Torre do Relógio.
A muralha que ligava esta Torre com a referida Torre do Relógio, o Palácio do Alcaide e a Igreja Paroquial de São João Baptista, também extinta, desapareceu intencionalmente, para utilização da pedra e outros materiais, em época desconhecida. Em l de Janeiro de 1914 inaugurou-se o Asilo Montemorense de Infância Desvalida, à custa das Confrarias de Montemor, no Convento da Saudação; o qual se transferiu para a antiga Casa da Guarda (Palácio de Valênças),
junto à Torre do Relógio, no ano de 1918, por oferta da sua proprietária, a Condessa de Valênças, D. GuiIhermina Anjos Jardim; de onde se transferiu para uma casa junto à Câmara Municipal, cerca de 1970.
Torre do Anjo
Também chamada de Santarém, de Lisboa e da Vila.
Com duas fortíssimas torres a ladeá-la e protegê-la, ocupava uma situação excepcional, voltada a Santarém, dela se avistava um vastíssimo panorama envolvente.
Estava encostada a uma grande Cisterna de águas pluviais, que protegia. Sobre a parte mais alta, tinha em ferro, como cata-vento, a silhueta de um anjo.
Na parte superior dessa torre mandaram os Condes de Santa Cruz construir uma casa de recreio, cujo acesso se fazia pelo Palácio dos Alcaides. Ali existiu também uma capelinha dedicada a Nossa Senhora. Segundo uma carta régia de D. Manuel I, de 11 de Junho de 1504, parece que foi oficializada, com Procissão, a Consagração de Montemor ao Anjo da Guarda de Portugal.
As torres que protegem esta Porta foram mandadas construir por D. Diniz que mandou também calcetar esta e as restantes torres deste Castelo.
Esta fortíssima Porta Militar sofreu bastantes estragos com o Terramoto de 1755.
A Quarta Porta
Também chamada Postigo, já em 1444 e de Évora, desapareceu completamente no séc. XIX, com o aproveitamento dos seus materiais, incluindo os da muralha anexa, para construções efectuadas na vila, já depois de 1910.
Para conservação dos castelos, em Montemor-o-Novo como em todo o país, uma terça parte das receitas dos concelhos, até 30-06-1860, foi sempre obrigatoriamente reservada para as despesas com a conservação dos castelos. Nessa data de 1860, tendo evoluído notavelmente a arte militar e vivendo a população de Montemor-o-Novo, já quase toda, fora das muralhas do seu Castelo, só o crescente valor turístico desse grandioso conjunto de fortificações, ainda mal avaliado, justificaria o sacrifício dos contribuintes.
Uma carta de lei suprimiu a contribuição tributária das populações, extinguindo as terças partes das receitas públicas na defesa dos castelos, a partir de 1860.
Infelizmente, no caso do Castelo de Montemor-o-Novo, a grandeza desse conjunto monumental ainda não encontrou meio de obter a reconstrução de que precisa.
http://www.monumentos.pt/scripts/zope.pcgi/ipa/pages/ficha_ipa?nipa=0706040011
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